Multidões. Pessoas e pessoas que me inspiram no meio da solidão. Observo olhares, foco pormenores, apanho ideias no ar que passa. Aponto para não esquecer o que pensei e idealizei. Vejo de tudo: magros, gordos, bonitos, feios, cansados, alegres, frustrados, felizes, bem-parecidos, pobres. Por tudo passa esta multidão e, no entanto, todos têm o mesmo objectivo: chegar ao seu destino. Uns com objectivos utópicos, outros bem realistas, mas todos tentam alcançar a sua meta. Olham-me e estranham tamanha inspiração em pleno metro, sítio que aparentemente pouco tem de inspirador e onde ninguém deseja realmente estar, visto ser um simples transporte para o realmente desejado. Passam sem dar conta, outros quase vêm ao meu encontro. Paro, olho fixamente para quem me observa. No meio da multidão, está aquele que conheço bem. Para mim, o metro não era só um transporte para o realmente desejado, era o ponto de encontro de quem desejava ver há tanto tempo. Por isso, inspiro-me no metro, sítio de tantos encontros, uns não planeados, outros bem programados. Relembro momentos que passei, penso e encontro no desconhecido o que vi um dia num olhar. Sim, porque o olhar é o caminho do ser. E, tal como o olhar, é o longo comboio da vida. Não é esse comboio da vida o transporte, aquele que trilha caminho para a verdadeira felicidade?
Para pairar e ler um pouco de tudo. Para se sentir que existe vida aqui. Fotografias tiradas de www.flickr.com
domingo, 24 de fevereiro de 2008
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