Passado uma semana sem computador (auto-controlo de vícios, visto que era preciso estudar asério para o último teste de matemática) aqui estou, again.
Desta vez não trago nenhum poema ou algum tema em especial. Vinha falar de tudo e, ao mesmo tempo, de nada - como dizia num poema meu, "o nada que é tudo", aquele nada que no fim não poderia ser melhor empregue.
Faltam duas semanas para as aulas acabarem, menos de um mês para os exames serem feitos e um mês para estar livre da escola. É fácil pensar assim, motiva-nos, mas não pensamos na mudança radical das nossas vidas, pelo menos falo por mim, na mudança que irá ser em setembro, ao levantar-me e pensar que já não tenho aquela "segunda" casa para onde vou ter aulas todos os dias, e já nem tenho aquela turma única a acompanhar-me e a perguntar porque tinha chegado atrasada à aula. Nem tenho a Isabel a dizer "feche a porta susaninha, que estou mesmo constipada, estas correntes de ar.." ou a Carminda a dizer "quer o comando do retroprojector? (sim) pois, eu já sabia. Acho que já está com a Prof" ou a Tia Lídia a dizer "vocês têm demasiado tempo livre, só vos vejo a ir embora cedo, sempre com a tarde folgada.. esta vida de estudante" ou ainda a Odete a dizer "então, estão a respirar bem? (...) esse jarro não é para ficar nessa mesa susana!". Por muito estranho que pareça, isto tornou-se um hábito que faz parte do dia-a-dia de uma estudante do mira-rio. Para além disso, toda a turma que me envolve todos os dias no espírito de grupo, no espírito de amizade desinteressada (ou seja, amizade que não olha a apelidos ou a nomes finos, amizade que se interessa pela pessoa não pela origem da família) e no espírito católico, aquele que é cada vez mais difícil encontrar verdadeiramente, na sua essência, cá fora (fora do colégio) fazem com que ainda se torne tudo muito mais doloroso, porque aquele que poderia ser simplesmente considerado o meu local de trabalho, passa a ser local de desenvolvimento interior, porque as pessoas puxam umas pelas outras, porque a capela está ali para puxarmos por nós, porque sabemos que a base da educação do colégio é essa: ensinar mas também mais do que isso, educar princípios e normas morais essenciais para a boa vivência do ser humano. Independentemente para que universidade for, nunca encontrarei algo assim noutro lugar.
Infelizmente, são cada vez menos as pessoas que dão importância à escola como, para além de um projecto académico, um projecto onde a pessoa irá ser formada a nível interior, sendo embebida num ambiente que dá primazia às normas morais correctas e ao ensinamento de valores católicos que devem reger os que em Deus acreditam. Infelizmente o número de pessoas decresce, mas, felizmente, a sua qualidade mantém-se ou aumenta, pois é a união que faz a força e, sem projectos destes, como é que na prática nos poderiamos unir? Por isso, Obrigada meninas que desde o 7.º ano me acompanharam, Obrigada colégio por tudo o que me ensinaram não só a nível académico, mas também a nível interior, sem dúvida sairei dessa casa uma Melhor Pessoa!